Por ocasião da Cimeira "Um Oceano" que se realiza em Brest, França, a UNESCO anunciou que estabeleceu o objetivo de incluir a educação para os oceanos nos currículos escolares dos seus 193 Estados-Membros até 2025. Para atingir este objetivo, a agência das Nações Unidas coloca à disposição dos decisores públicos um conjunto de ferramentas com um quadro de referência comum de conteúdos educativos sobre o oceano.
" A comunidade internacional deve fazer da educação um dos pilares da sua ação em prol do oceano. Porque se queremos protegê-lo melhor, temos de o ensinar melhor. Por ocasião da Cimeira Um Oceano, estabeleço um objetivo comum para os nossos 193 Estados-Membros: incluir a educação para os oceanos nos currículos escolares até 2025. "Audrey Azoulay Diretora-Geral da UNESCO, durante a sua presença em Brest
Do nível nacional para a sala de aula
Para atingir este ambicioso objetivo, a UNESCO apresentou na quinta-feira um repositório comum de conteúdos educativos destinado aos decisores políticos e aos responsáveis pelo desenvolvimento de programas curriculares. Este repositório fornece-lhes todas as chaves necessárias para integrar a educação para os oceanos a todos os níveis da cadeia educativa: desde a elaboração dos currículos nacionais até à preparação das aulas pelos professores.
" Graças a este conjunto de ferramentas, todos os Estados estão em pé de igualdade, podendo rapidamente colocar o oceano no centro da educação e aumentar os conhecimentos dos alunos neste domínio para que se tornem cidadãos responsáveis e empenhados." Stefania Giannini Diretora-Geral Adjunta da UNESCO responsável pela educação
Valorização das boas práticas
As novas ferramentas educativas disponibilizadas pela UNESCO, com o apoio da AXA XL e de muitos outros parceiros e especialistas, reflectem a convicção de que precisamos de mudar a forma como a sociedade interage com o oceano para alcançar um modelo mais sustentável.
No seu instrumento de referência, a UNESCO destaca as boas práticas dos Estados-Membros que já trabalham na educação para os oceanos, como o Brasil, o Canadá, a Costa Rica, o Quénia, Portugal e a Suécia. Na forma de estudos de caso, a Organização apresenta os principais resultados alcançados por esses países, bem como as oportunidades e desafios encontrados ao buscar incluir o conhecimento dos oceanos de forma estruturada no currículo.
Incluindo os conhecimentos tradicionais
Para a UNESCO, a educação para os oceanos não deve envolver apenas a transmissão de conhecimentos científicos e a sensibilização para as questões contemporâneas; deve também promover as competências e os conhecimentos tradicionais, como os protegidos pela Convenção sobre o Património Cultural Imaterial de 2003, que promove, por exemplo, as técnicas ancestrais de pesca. O novo conjunto de ferramentas da UNESCO deixa aos Estados-Membros e às regiões a tarefa de adaptar a "teoria da mudança" às suas práticas, situações e necessidades específicas.
A UNESCO acompanhará a implementação deste objetivo pelos seus 193 Estados-Membros. Está previsto um primeiro relatório de progresso para a COP27, que se realizará em novembro de 2022 no Egito.
A UNESCO e o oceano
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura é a agência da ONU responsável pelos oceanos. A Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO, fundada em 1960 e à qual aderiram 150 países, coordena programas globais como a cartografia dos oceanos, a monitorização da saúde dos oceanos e a prevenção do risco de tsunami, bem como numerosos projectos de investigação científica. A agência é também a guardiã de lugares únicos nos oceanos, através de 232 reservas da biosfera marinha e 50 sítios marinhos do Património Mundial de valor universal excecional.
A UNESCO está a liderar a Década das Nações Unidas das Ciências do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável (2021 a 2030), que este ano verá a organização de várias cimeiras internacionais importantes que ajudarão a amplificar a mobilização neste domínio.
Descubra o conteúdo educativo
Kit de imprensa: Programas oceânicos da UNESCO
Contacto para a imprensa: Thomas Mallard, +33 1 45 68 22 93