Com a abertura da Conferência da ONU sobre Biodiversidade (COP 15), a UNESCO está a estabelecer uma visão global da biodiversidade das espécies marinhas em 25 das áreas marinhas protegidas mais singulares do mundo. A análise destas amostras ajudar-nos-á a compreender como os pontos quentes da biodiversidade estão a mudar devido às alterações climáticas e onde concentrar os esforços de conservação no futuro.
Actualmente, as áreas marinhas protegidas em todo o mundo ajudam a salvaguardar espécies vitais. Mas à medida que a temperatura do oceano aumenta, as espécies são cada vez mais forçadas a fugir das suas casas naturais em busca de águas mais frias. A longo prazo, as áreas protegidas podem já não corresponder aos locais onde as espécies vivem. Isto requer uma avaliação regular da situação.
"Recolher mais provas e partilhar esse conhecimento mais rápida e abertamente nunca foi tão importante para enfrentar a crise existencial que a humanidade enfrenta com as perturbações climáticas. Para enfrentar este desafio, a UNESCO está a mobilizar a sua vasta rede de parceiros nos sítios marinhos naturais que protege". - Audrey Azoulay, Directora-Geral da UNESCO
Uma iniciativa global que combina ciência e educação
A Organização das Ciências da ONU decidiu acelerar a cartografia das espécies marinhas em alguns dos locais oceânicos mais excepcionais do mundo. Em combinação com projecções de temperatura crescente, a iniciativa ajudar-nos-á a visualizar e detectar mudanças. Para o conseguir, a Organização está a utilizar a técnica mais avançada: o ADN ambiental (eDNA).
Da mesma forma que os testes forenses de ADN podem extrair dados de um único pêlo, a amostragem de ADN electrónico identifica as espécies que vivem numa área, analisando apenas alguns litros de água. É uma ferramenta rentável e de detecção precoce de alterações, e não é invasiva para a vida selvagem local.
O método da UNESCO combina ciência e educação, através do trabalho com escolas locais. Centenas de estudantes estão a ser formados para participarem nas expedições de ADN ambiental, recolhendo eles próprios dados dos oceanos. Este envolvimento activo dos cidadãos é fundamental para aumentar a consciência sobre a perda da biodiversidade e fomentar o amor pela ciência nos líderes de amanhã.
Uma fase-piloto com 25 sítios do Património Mundial
Depois de recolhidas, as amostras são analisadas em laboratório por cientistas, com base numa metodologia comum estabelecida pela UNESCO sob a supervisão de um conselho consultivo de peritos de alto nível. Como parte do compromisso da UNESCO para com a Ciência Aberta, todos os resultados obtidos com este programa serão disponibilizados ao público através do nosso Sistema de Informação sobre a Biodiversidade dos Oceanos (OBIS).
A UNESCO seleccionou 25 sítios do património mundial marinho localizados em todo o mundo para uma fase piloto inicial. A amostragem começou em Setembro de 2022. Já teve lugar em sítios localizados na Austrália, Brasil, Costa Rica, Dinamarca, Alemanha e Países Baixos. Outras amostras estão planeadas nos próximos meses em sítios no Bangladesh, Belize, França, Mauritânia, México, Panamá, Estados Unidos, Sudão, Iémen, etc.
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Contacto para os meios de comunicação social: François Wibaux
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